Para homenagear a filha e “ficar mais parecido com ela”, o comerciante Tulio Catelani tatuou uma prótese em sua perna direita, tal qual Valentina tem. A menina, de 5 anos, teve uma hemimelia fibular após o nascimento e precisou amputar a parte inferior da perna.
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Pai e filha moram em Cordeiro, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Tulio afirma que sua intenção com a tatuagem, inspirada no super-herói Homem de Ferro, foi a de ficar igual à Valentina.
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“É, literalmente, um jeito descontraído de ficar igual a ela. Somos todos iguais e é esta a mensagem que quero passar para minha família. Agora, estou contando uma nova história em parceria com minha menina, por meio da minha própria pele”, disse o comerciante, de 34 anos.
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Apesar da pouca idade, Valentina sabe que se trata de uma tatuagem e esbanja simpatia e admiração pelo pai. “Eu adorei o desenho na perna do meu pai. Ele só fez uma tatuagem porque eu tenho uma prótese”, disse. “Ela sabe que é uma tatuagem, mas chama de prótese do meu pai”, complementa Túlio.
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Segundo a assessoria doHospital Estadual da Criança (HEC), instituição onde Valentina é paciente, “a menina passou a usar prótese quando tinha 1 ano e 8 meses”. Assim sendo, Túlio diz que a filha teve uma adaptação natural com a prótese durante a vida.
Confirmando a fala de Túlio, o médico responsável por Valentina, Daniel Furst, acrescenta também que a evolução da menina foi excepcional e que ela não tem praticamente nenhuma limitação. “Quanto quanto mais jovem é feita a prótese na criança, melhor a adaptação.”
O médico também diz que a hemimelia fibular é muito rara e que nunca tinha visto antes uma atitude como a do pai da menina.
Valentina leva a vida de forma absolutamente natural, como deve ser, ao lado da família. Ela não pensa muito quando é perguntada sobre seus sonhos e responde que quer mesmo é cuidar dos animais. “Eu quero ser veterinária! [Cuidar] de bichinhos, de gatos, de um montão de coisas”, conta.
Suas próteses são trocadas regularmente e passam por ajustes à medida que a menina cresce.Foi justamente em uma dessas trocas que nasceu a ideia de fazer a tatuagem.
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“A ideia da tatuagem veio na segunda prótese dela. Com o desenho [da prótese], eu falei: ‘Eu acho que dá pra tatuar uma prótese na minha perna, né?'”, disse Tulio.
Foram necessárias cinco sessões para a conclusão do trabalho – uma delas apenas para os retoques. Ao todo, a tatuagem levou 26 horas para ficar pronta.
“Minha esposa ficou sabendo [que ele iria fazer a tatuagem] logo que eu tive a ideia. Ela ficou preocupada se eu ia aguentar porque a tatoo é muito grande”, disse Túlio.
“Minha família só ficou sabendo mesmo na semana que eu fui fazer a tatuagem [porque] meu pai é meio sistemático, mas me deu maior força. Todo mundo deu maior força. Ficaram empolgados com a ideia. Foi superbacana”, conclui.
O tatuador Jeferson França, que mora em Nova Friburgo (RJ), responsável pela “prótese do papai”, diz estar muito feliz e orgulhoso pelo trabalho.
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“Fiquei muito feliz em ter participado dessa história linda de pai e filha. Já fiz muitos trabalhos com grandes significados e esse foi um que fiquei até emocionado. Fiquei ainda mais feliz com alegria do Túlio e da sua filha com o resultado. Ainda não tenho filhos, mais a atitude dele foi sensacional”, afirma Jeferson.
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Fonte: G1/Fotos: Mauricio Bazilio /Arquivo pessoal
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